sábado, 13 de dezembro de 2008

Monólogo de Natal


Por Aldemar Paiva

Não gosto de você Papai Noel. Também não gosto desse seu papel de vender ilusões à burguesia. Se os garotos humildes da cidade soubessem do seu ódio à humildade, jogavam pedra nessa fantasia. Você talvez nem se recorde mais. Cresci depressa, me tornei rapaz, sem esquecer, no entanto, o que passou. Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente e, à noite inteira, eu esperei contente. Chegou o sol e você não chegou. Dias depois, meu pobre pai cansado trouxe um trenzinho feio, empoeirado, que me entregou com certa excitação. Fechou os olhos e balbuciou: “É pra você, Papai Noel mandou”. E se esquivou, contendo a emoção. Alegre e inocente nesse caso, eu pensei que meu bilhete com atraso, chegara às suas mãos, no fim do mês. Limpei o trem, dei corda, ele partiu dando muitas voltas. Meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez. O resto só eu pude compreender quando cresci e comecei a ver todas as coisas com realidade.

monólogo completo: http://newtonu.wordpress.com/2006/12/18/monologo-do-natal-aldemar-paiva/


2 comentários:

Anônimo disse...

oie... faz tempo q nao flo contigo ... e nao sei o q flar tambem.. hahá..
vai fzr o qesse ano ?:?

Antônio Crotti disse...

Fala Matheus, beleza...
Estou passando pra te dizer que indiquei o seu blog para o Prêmio Dardos. Passe lá no blog e veja o regulamento.
Abraço,
Antônio