sábado, 13 de dezembro de 2008

Monólogo de Natal


Por Aldemar Paiva

Não gosto de você Papai Noel. Também não gosto desse seu papel de vender ilusões à burguesia. Se os garotos humildes da cidade soubessem do seu ódio à humildade, jogavam pedra nessa fantasia. Você talvez nem se recorde mais. Cresci depressa, me tornei rapaz, sem esquecer, no entanto, o que passou. Fiz-lhe um bilhete, pedindo um presente e, à noite inteira, eu esperei contente. Chegou o sol e você não chegou. Dias depois, meu pobre pai cansado trouxe um trenzinho feio, empoeirado, que me entregou com certa excitação. Fechou os olhos e balbuciou: “É pra você, Papai Noel mandou”. E se esquivou, contendo a emoção. Alegre e inocente nesse caso, eu pensei que meu bilhete com atraso, chegara às suas mãos, no fim do mês. Limpei o trem, dei corda, ele partiu dando muitas voltas. Meu pai me sorriu e me abraçou pela última vez. O resto só eu pude compreender quando cresci e comecei a ver todas as coisas com realidade.

monólogo completo: http://newtonu.wordpress.com/2006/12/18/monologo-do-natal-aldemar-paiva/


terça-feira, 2 de dezembro de 2008

E=mc²

E assim "foi dito": E=mc² - fez-se a luz. O mundo perdurou seu início instantâneo e vivido até os dias obstinados.
A excelência da mente é seu estado de perfeição, o qual tantos almejam insaciavelmente - um distante preconizado. Sou/seja o produto de todos os fatores, a etnia de todas as espécies, a matéria de todas as energias, a potência de todas as fontes, o iluminar de todas as noites solitárias que ajuda a(o) ti/próximo, voar.
Sei de pessoas melhores no futuro, caminham sobre uma atmosfera limpa de resquícios místicos e antepassados. Conheço um novo começo da era: sustentável e promissor, gente fina e sincero, infinito como as luzes que percorrem anos-luz sem deixar segundos perdidos para trás, com habilidade relativa para dilatar o tempo e contrair seu espaço.
Vejo um vasto universo infinito de energia acompanhar um Sol admirável a céu azul, arvores verdes, pássaros a voar e preenchimentos branco-transparentes a modelar o nada. Como uma jovem Condor a sobrevoar os mais altos Andes das cordilheiras e percorrer quilômetros de ar diáfano desprovido de impurezas remotas, sei de crianças com sonhos irrealizáveis tornando-se adultos capazes de transformar e realizar: do insuficiente ao farto, do simples ao robusto, da destruição à construção, dos problemas ao progresso, da violência à inclusão social, da ganância à pureza. Vejo a excelente luminescência do ser surtir corriqueiramente em tempos contemporâneos: a conduta humana se torna humana; o ideal estereótipo dos sentimentos se concretiza; nosso meio progride sustentavelmente.
Um fluxo de consciência em sua sistêmica e perfeita completude fluem com sentimentos genuínos a fomentar um universo de ideias e palavras, sonhos e sentimentos, buscas e prazeres, sobretudo, perspicazes. Proveniente de uma luz expressa em energia, chegamos ao cume desejável - mantendo-se constante.
O futuro já existe, só não chegamos a ele.